Mikalândia

O primeiro blog português sobre o Mika! Kachiiing-ah!

Significados das letras – Parte 3 Junho 20, 2008

Filed under: Uncategorized — Mary @ 6:03 pm
  • Billy Brown

I just thought it was a brilliant story to put into a pop song the idea of a man leaving his wife for another man. I really don’t know why it hasn’t been done before.
When you’re writing songs, you always want to play with intrigue and you always want to pull certain strings. The point of writing pop music is that, in a way, you can write about anything.
And it’s amazing how many younger listeners really love it and really identify with this little character Billy Brown, this cartoon character.
A few of my cousins are all around 12 to 15 years old. This is their favourite song. They find it funny and sweet.

Pensei que a história de um homem que deixa a mulher por outro homem seria uma história brilhante para pôr numa canção pop. Não percebo como é que nunca ninguém fez nisso antes.
Quando escreves canções, queres sempre jogar com a intriga e queres sempre “puxar alguns cordéis”. O interesse de fazer música pop é que, de certa maneira, podes escrever quase tudo.
E é fantástico como muitos jovens adoram isso e se identificam com esta pequena personagem de desenhos animados, o Billy Brown.
Alguns dos meus primos têm entre 12 e 15 anos. Esta é a canção preferida deles. Acham-na divertida e querida.

  • Big Girl (You Are Beautiful)

I was flying to Los Angeles and I can never sleep because I hate flying so much.
So I was watching trashy television, it was two o’clock in the morning, a Victoria Wood documentary on Channel 4.
It was about fat people in the United States and she visited a club called the The Butterfly Lounge, which was the first place of its kind, a club for larger women to hang out in.
Skinny women were not being allowed in. The women were amazing and I absolutely felt as if I had to write about them.
I muted the television and wrote it straight away.
I never expected it on the album, but a few weeks later we recorded it and it’s now there.
So it is one of my favourite tracks and brilliant to play live. Everyone sings along!

Eu estava a caminho de Los Angeles e, como odeio voar, nunca consigo dormir.
Então, estava a ver televisão (aqui o termo “trashy” quer dizer que eram aqueles programas sem interesse e sem conteúdo), e eram quase 2 da manhã, e estava a dar um documentário de Victoria Wood, no Channel 4.
Era sobre pessoas gordas nos EUA, e ela visitou um bar chamado “The Butterfly Lounge”, que era o primeiro clube deste género, apenas para as mulheres gordas se divertirem. Não era permitida a entrada de mulheres magras.
Elas eram fantásticas e eu senti que tinha mesmo que escrever sobre elas.
Tirei o som da televisão e escrevi logo esta música.
Nunca pensei que fizesse parte do álbum, mas umas semanas mais tarde gravámo-la e aqui está ela.
É uma das minhas preferidas e é espantoso tocá-la ao vivo. Toda a gente a canta!

  • Happy Ending

It’s about a few things. In a way, it’s a kind of sad break-up song like My Interpretation.
But, at the same time, it’s about a lot of other things.
I’ll never forget when I was actually recording this song in Los Angeles, I would take this drive from where I was staying to the studio, which wasn’t in the city, and the amount of homeless people I saw on the way was absolutely shocking.
Those horrible images of homelessness that I would see every morning really connected with that song.
So it just comes to show you that a bright song in a certain mindset had a meaning that really evolves and changes as time goes by.
I think that it is very important that other listeners find their own meaning to songs.
So many people are very openly suggestive to the point of being abstract. It’s the most powerful thing when that becomes the song.

É sobre algumas coisas, e é mais ou menos uma triste canção de fim de relação, como a My Interpretation.
Mas ao mesmo tempo é sobre muitas outras coisas.
Nunca irei esquecer quando estava a gravar esta música em Los Angeles, tinha que ir do sítio onde estava hospedado para o estúdio, que não era na cidade, e a quantidade de sem-abrigo que eu via pelas ruas era simplesmente chocante.
Estas imagens horríveis que eu via todos os dias interferiram muito com esta música.
Serve assim para mostrar que uma canção “luminosa” num certo ponto de vista, tem outro significado, que evolui e muda à medida que o tempo passa.
Acho que é muito importante que cada pessoa que ouve uma canção ache o seu próprio significado para ela. Muita gente é bastante insinuante, ao ponto de ser abstracta. É a coisa mais poderosa quando isso se torna a canção.

 

Significados das letras – Parte 2

Filed under: Uncategorized — Mary @ 6:01 pm
  • Love Today

I was really happy when I wrote this and when I’m in that kind of mood I always hope everyone else feels the same way.
Everybody is looking for the same thing: to love someone and be loved back. Or just to get laid. It all depends on how you look for it.
Love Today captures that, the euphoric feeling you get when those things go right.

Eu estava muito feliz quando escrevi isto, e quando estou assim, espero sempre que toda a gente se sinta da mesma maneira.
Todos nós procuramos o mesmo: amar alguém e ser amado. Ou apenas ter sexo. Tudo depende da maneira como vês as coisas.
“Love Today” reflecte isso mesmo, o sentimento de euforia que tens quando essas coisas correm bem.

  • Relax (Take it Easy)

I always wanted to write a dance song that wasn’t a really full dance track, that felt organic. So when I came into producing Relax I made sure that most of the sounds we used were actually made by real instruments.
We used some great session musicians who had worked with Quincy Jones and Michael Jackson.
And we picked up the strangest pedal combinations to get all these weird sounds.
It’s really effective… you can’t tell if it’s a full dance track or really laid-back. It feels a bit weird electronically.
The organic-ness gives a more classic field to it. So it was one of the harder tracks for me to produce, but also the most rewarding.

Sempre quis escrever uma canção “dance” que não fosse exclusivamente isso, que fosse “orgânica”. Assim, quando comecei a trabalhar na “Relax”, fiz questão de que a maioria dos sons usados fossem produzidos por instrumentos a sério.
Tivemos músicos muito bons a tocar connosco, alguns dos quais já tinham trabalhado com o Quincy Jones e o Michael Jackson. E arranjámos as combinações de pedais mais estranhas, de modo a conseguir todos aqueles sons.
E resulta mesmo…não consegues perceber se é uma música totalmente “dance” ou apenas uma música para se deitares a ouvir. Soa um bocado estranha, electronicamente. A componente “orgânica” dá-lhe um toque mais clássico. Foi uma das músicas que deu mais trabalho a produzir, mas foi também a mais recompensadora.

  • Any Other World

There is a little spoken introduction that many people may miss.
It’s a family friend of mine who lost her eye during the war in Lebanon and I realised in everyone’s life their comes one point, or several points, where something happens and you have to completely change the way you have lived your life because of one event.
And it really makes you readjust and rethink and rejudge parts of your life all over again.
That happens to some people in a dramatic way like Rafa who lost both her eye and her husband within six months. Or it can be in a much quieter way like when you are 22-years-old and you finally leave university after being in education all your life or when you lose your job.
I wanted to put that in the song, because when you’re 68 or 14, it’s still the same feeling and it’s still just as hard.
I wanted to try to capture that quite difficult period that people have to go through at least once in their life.

Há uma pequena introdução falada que é capaz de escapar a algumas pessoas.
É uma amiga da minha família que perdeu um dos olhos durante a guerra no Líbano, e percebi que na vida de qualquer um de nós há um ponto (ou vários) em que acontece alguma coisa que nos faz mudar completamente a maneira como vivíamos, apenas por causa desse acontecimento.
E realmente faz-te reajustar e repensar e reavaliar partes da tua vida.
Para algumas pessoas, isso acontece de forma dramática, como à Rafa, que perdeu o olho e o marido num espaço de seis meses. Para outras, pode acontecer de forma mais calma, como por exemplo, quando tens 22 anos e finalmente deixas a universidade, depois de uma vida inteira a escola, ou quando perdes um emprego.
Eu queria pôr isso tudo numa canção, porque tendo 68 anos ou 14, o sentimento é sempre o mesmo e é igualmente difícil. Queria captar a dificuldade desses períodos por que as pessoas passam pelo menos uma vez na vida.

 

Significados das letras – Parte 1

Filed under: Música,Mika — Mary @ 5:58 pm

Algumas das perguntas mais frequentes, quando se fala no Mika têm a ver com o significado das letras das suas músicas…

“Porque é que ele escreveu sobre a princesa do Mónaco? Era fã dela?”

“Uma música sobre chupa-chupas?”

“Ele escreveu uma música sobre um homem gay. É a história dele?”

Etc,etc,etc….

Para dissipar estas dúvidas, aqui ficam os significados das músicas do Life In Cartoon Motion…explicados pelo próprio Mika! =)

_____________________________________________________________________

  • Grace Kelly

I wrote this song as a little sticky to the music industry a couple of years back.
I was working with a big music company in London that wanted to mould me into what they felt would turn me into a commercial success, which was Craig David at the time.
They told me I needed to make a record more like what everyone expected pop records to be, and be like Craig David.
I knew that would lead to complete disaster. So I came back home and I wrote Grace Kelly that night. From that point on, I made a decision to write in the way I wanted to and not how someone else told me to.

Escrevi esta canção há uns anos como um pequeno insulto à indústria musical.
Na altura estava a trabalhar com uma grande companhia musical em Londres, que queria transformar-me naquilo que eles achavam que poderia tornar-me um sucesso comercial, que na altura era o Craig David.
Eles disseram que eu precisava de gravar um disco que fosse de encontro ao que toda a gente esperava que fossem os álbuns pop, e que eu deveria ser mais como o Craig David.
Eu soube logo que isso iria ser um autêntico desastre. Então, voltei para casa e escrevi “Grace Kelly” nessa noite. A partir desse ponto, decidi que iria escrever apenas da maneira que queria, e não como os outros queriam que eu escrevesse.

  • Lollipop

This was a message to my little sister, telling her not to have sex too soon, because it would mean something very different to guys than it would to her and so be very careful.
But I had a lot of fun getting my message across in the melody and lyric!
The little girl is my cousin, one of the most hilarious girls I have ever met. So when the opportunity came up to use a children’s voice in Lollipop she was the only person I had in mind.
I put her up in a snazzy Hollywood hotel and she was completely spoilt for about four days, like a true star.

Esta canção foi uma mensagem para a minha irmã mais nova, para lhe dizer para não ter relações sexuais muito cedo, porque para os rapazes isso tem um significado muito diferente do que tem para ela, e por isso, para ela ter muito cuidado.
Mas diverti-me imenso a transpôr essa mensagem para a melodia e para a letra! A criança [que participa na canção]é a minha prima, que é uma das raparigas mais divertidas que já conheci. Quando surgiu a oportunidade de usar a voz de uma criança na “Lollipop”, ela foi a única pessoa de quem me lembrei.
Pu-la num daqueles hotéis de Hollywood e ela foi completamente mimada durante quatro dias, como uma verdadeira estrela.

  • My Interpretation

This is a break-up song. It’s hard to write this sort of song. They often sound quite fake or trite so I guess I’ve Mikafied it up so it still sounds like a good song with a darker lyric.

Esta é uma canção de fim de relação. É difícil escrever este tipo de canções. Muitas vezes elas soam muito falsas e banais, por isso acho que coloquei muito de mim nela, e assim ela soa a uma música boa, com uma letra mais “negra”.